“A arquitetura é o jogo sábio, correto e magnífico dos volumes dispostos sob a luz.“
(Le Corbusier)

O arquiteto moderno suíço-francês nos diz que "nossos olhos são feitos para ver as formas sob a luz; as sombras e as clareiras revelam as formas; os cubos, cones, esferas, cilindros ou pirâmides são como grandes formas que a luz revela bem; as imagens não são claras e tangíveis, inequívocas. É assim que parece bonito. "Da mesma forma, o projeto Cucina Pietra existe por si só. É um ato de ordenado na qual o atrito entre pontos, planos e ambiente é concebido de de forma inseparável e complementar. As intervenções são pontuais e aparecem em silêncio, como um instrumento profundo e rigoroso de representação da forma e matéria.

Seguindo o mesmo argumento anunciado por Adolf Loos de que “cultura é sinônimo de uma remoção do ornamento dos objetos utilitários”, o projeto se ancora na simplicidade dos elementos e visa destacar a plasticidade dos volumes e componentes arquitetônicos. A intervenção foi uma experimentação, uma maneira de repensar o valor da relação visual como articulador e ativador de experiências corporais.

O acesso à entrada é protegido por um teto alto que desce até atingir o longo corredor em paralelo. O espaço possui um perímetro bem definido, construído por painéis e portas de armário que, graças à tecnologia da SCA, tradicional empresa brasileira de design de cozinhas, recebeu a aplicação de finas camadas de mármore. No coração da planta, a geometria orgânica da ilha da cozinha cria um contraponto com as paredes ortogonais rígidas, reforçada por uma coifa cilíndrica que se molda ao forro. A luz natural que atravessa o corredor transborda silenciosamente para o espaço, convidando os espectadores para o exterior, onde as formas geométricas dos arranha-céus de São Paulo podem ser vistas em constante evolução.