Projetada para uma família que buscava um refúgio na região serrana do Rio de Janeiro, a casa é implantada em um platô que privilegia a vista para a paisagem ao redor. A demanda por uma construção de baixo custo e a viabilização de uma coordenação à distância foram as premissas definidoras para o partido do projeto e sua materialidade.
A partir de um bloco principal retangular, com laje e piso em concreto aparente, o programa se organiza de maneira simples: uma suíte e dois quartos de um lado, área social e cozinha integradas do outro. Um bloco secundário é construído ao fundo para abrigar depósito e lavanderia. A complexidade se dá pela racionalidade projetual e construtiva, resultado da modulação de 40cm dos blocos de concreto sem masseamento das paredes. Estas funcionam em planos, que extrapolam a laje em determinados momentos para conformar espaços externos e direcionar o olhar de quem está dentro da casa.
A área social é toda envidraçada com vista para as montanhas e possui um único elemento arquitetônico, o volume central de tijolo que abriga a lareira e uma pequena bancada de trabalho, que permitiu um ambiente livre para receber a coleção de mobiliário moderno dos proprietários.
Um plano transversal divide a ala íntima e social e traz privacidade para os quartos, que se abrem para um deck de madeira externo. Seu protagonismo é marcado pelo revestimento em pedra e também pela abertura retangular: uma janela que emoldura a paisagem e cria apoio para uma grande mesa de refeições em família.